The Magnificent Seven no Canal Combate
Jorge Luiz Tourinho
20 de novembro de 2023
Espetacular evento promovido pelo magnata britânico do Boxe Frank Warren foi trazido pelo Canal Combate na tarde de 18 de novembro (sábado). Caiu uma das lutas na qual haveria disputa de título. Foram "apenas" seis confrontos por faixas. Algumas de menor importância.
De quebra exibiram a sétima luta incompleta. No domingo soube que a ESPN também transmitiu a jornada maiúscula que aconteceu em Manchester, Inglaterra. O nome dado a programação fez jus ao esforço para que fosse levada para o mundo todo e com a arena lotada.
Repito, ariscando-me a ser taxado de chato: o caminho para se desenvolver a Nobre Arte é promover noitadas envolvendo boxeadores profissionais. Se faltam empresas, e realmente são escassas, as entidades reitoras de todos os níveis devem chamar para si a responsabilidade e mobilizar a modalidade no Brasil. É preciso uma boa base de lutadores – no mínimo 30 em cada divisão – para que se valorize os títulos brasileiros incentivando suas disputas.
Vamos analisar o que pude ver.
Ema Kozin (24-1-1) W10 Hannah Rankin (13-7)
Títulos médios ligeiros WBC e WBO
Duro combate. Equilibrado, mas sem muito brilho. Sobrou empenho e ficou a impressão de que a campeã desses dois organismos poderia ter melhor linha. Não houve perigo de nocaute e os assaltos 10-9 se sucederam até o fim para uma decisão dividida. Coisa comum quando se trata de pelejas com equilíbrio.
Os escores foram: Frank Michael Maass 94-96, Marco Moscadelli 98-92 e Kieran McCann 96-94 que foi o que o excelente comentarista Daniel Bergher Fucs e eu anotamos.
Harry Scarff (13-2) W12 Ekow Essuman (19-1)
Títulos meio médios britânico, Comunidade britânica e IBF Europa
Peleja duríssima e de difícil marcação. Ninguém chegou perto de abreviá-la. Talvez tenha faltado um pouco mais de lucidez. Scarff fez a luta que poderia para sair vitorioso. Trocar com o agora ex-campeão não seria o melhor. Essuman era o favorito, mas não achou a distância nem teve a velocidade para dominar. Tampouco soube se desvencilhar dos inúmeros clinches.
Dessa vez a decisão foi unânime. Steve Gray 116-113, Victor Loughlin 117-112 e Kevin Parker 115-113. Danny Fucs marcou 117-111 e eu 114-114.
Solomon Dacres (8-0) W10 Michael Webster (9-1)
Título inglês dos pesados
Foi a luta que destoou da jornada. Muito fortes, porém lentos e com pouca ação. Decepcionaram. Nem a falta rigorosa marcada pelo árbitro Kieran McCann no décimo round fez o triunfo pender para o desafiante Webster.
O equilíbrio entre eles se manifestou nas papeletas que mostraram decisão majoritária. Assim viram o cotejo: Kevin Parker 95-95, Howard Foster 96-93 e Steve Gray 96-94.
Daniel Fucs pontuou 97-92 e eu 95-94. Ambos vimos Webster vencer.
Liam Davies (15-0) TKO5 Vincenzo La Femina (13-1)
Título europeu super galo
Vitória espetacular em combate que teve dois knockdowns no terceiro tempo (um para cada lado)! Davies construiu o triunfo de forma clara e metódica. Derrubou de novo no quarto capítulo. O mediador parou a luta acertadamente quando o castigo estava sem resposta.
A vibração de Mr. Warren deve levar seu pugilista para voos mais altos.
Nick Ball (19-0) W12 Isaac Dogboe (24-4)
Título Silver WBC dos penas
Na prática serve esse cinturão para que o Conselho arrecade outra taxa de homologação de título. Ora, se eram os ranqueados 1 e 2, torna-se óbvio que o vencedor se colocaria na posição número um, a de desafiante obrigatório.
Fizeram um combate sensacional com alternativas para ambos. O KD marcado contra Dogboe no quarto capítulo foi um exagero, mas não decretou a sua derrota. Resta saber se o ainda campeão Rey Vargas continuará reinando nesta categoria. A parada contra Ball será duríssima.
Os juízes apontaram o seguinte: Mark Lyson 119-108, Kieran McCann 116-111 e Kevin Parker 118-109. Fico devendo a marcação do comentarista Fucs. Para mim 116-112 para Ball.
Nathan Heaney (18-0) W12 Denzel Bentley (18-3-1)
Título médio britânico
Não prevaleceu a melhor linha de Bentley para os jurados. O vencedor tem uma postura diferente, Lembra um carateca. Contudo, tem muita mobilidade e é raçudo e valente. Mobilizou grande torcida que fez a festa na Arena Manchester.
Olhando a divisão dos médios, parece-me difícil que o rei britânico chegue a título mundial. Contudo, se for esse o desejo de Frank…
A decisão majoritária se deu com: Howard Foster 117-111, Steve Gray 116-113 e Vitor Loughlin 114-114. Daniel Fucs e eu vimos o triunfo de um decepcionado Bentley. Marquei 118-110 para ele. Podem me chamar de Mr. Magoo…
Imagem: BBC