Robson Conceição no Madison Square Garden
Jorge Luiz Tourinho
13 de junho de 2023
Acabou sem decisão a luta entre Robson Conceição (17-2) e Nicolás Polanco (20-4-1), super penas. Um choque de cabeças involuntário provocou a paralisação do combate e a consequente decretação do No Contest (NC). Os erros e pequena confusão já foram muito bem analisadas no Blog do Daniel Fucs. Considero que de forma definitiva.
Infeliz e lamentavelmente, o consagrado comentarista do Sportv não estava a postos na equipe de transmissão do canal Combate para que os telespectadores brasileiros pudessem entender o que acontecia no teatro do Madison Square Garden em Nova Iorque, EUA, na noite do dia 10 de junho.
Com simulação ou não, a única decisão a ser tomada seria o NC porque estava em curso o segundo assalto de cotejo com previsão de dez. O árbitro Eddie Claudio se atrapalhou e demorou demais a tomar a decisão correta. A lamentar a quase patética afirmação da comentarista de plantão sugerindo que a Comissão Atlética do Estado de Nova Iorque devesse mudar a decisão para desistência de Polanco!
O pensamento que o brasileiro foi prejudicado pela decisão tem certa lógica. Claro que ele venceria a luta. Parece-me já acertada a inclusão de Robson em nova disputa de título mundial após mais uma vitória. Esse é o desejo da rapaziada da Top Rank Boxing de Bob Arum. Para esse fim foi contratado Polanco. Para ser espancado e garantir um triunfo que alavancasse Conceição à disputa de cinturão, provavelmente do CMB. Podendo ser também o da OMB cujo campeão Emanuel Navarrete (37-1) vai enfrentar Óscar Valdez (31-1).
Moral da história: quer fazer um cotejo que leve seu pupilo a ser levado em conta para faixa universal? Não o programe contra outro lutador de nível muito inferior. Hoje em dia, o site BoxRec se transformou em fonte indispensável de informação de Boxe. Não deixa ninguém mentir nem inventar moda. Robson é o décimo sétimo super pena do citado sítio. Polanco é o de número 198! Quem achava que ele poderia vencer o ex-campeão olímpico? Ninguém!
Creio que brevemente a Top Rank colocará de novo em ação o baiano para que vença qualquer um que tenha o cartel positivo e assim justificar o novo confronto por título mundial. Polanco deverá cair no esquecimento para eventos nos EUA.
A inclusão do brasileiro na noitada acabou me deixando para escrever depois sobre a excelente vitória de Teófimo López (19-1) sobre Josh Taylor (19-1). Foi a luta principal e valeu o título da OMB dos super leves que era do escocês Taylor.
Combate duríssimo e de difícil marcação que só não foi melhor pelos inúmeros clinches. A maluquice e a arrogância de López não prejudicaram sua atuação. Venceu por ter um pouco mais de dinamite nos punhos e, principalmente, por aguentar muito mais pancadas do que seu oponente.
Ambos conseguiram bons golpes e, no meu entender, se revesavam no controle do ringue. Os assaltos que Teófimo venceu claramente foram com mais contundência do que os vencidos por Taylor. Não houve quedas. Foram 10-9 do começo ao fim.
A decisão foi unânime. Steve Gray e Joseph Pasquale deram 115-113. Benoit Roussel 117-111. Anotei 114-114.
Nas outras preliminares exibidas pelo Combate, tivemos um choque de porto-riquenhos. Omar Rosario (11-0) venceu em oito rounds a Jan Carlos Rivera (8-2). Triunfo claro porém trabalhoso. O perdedor obrigou Rosario a se empenhar a fundo para ter a mão erguida. Os três juízes marcaram 77-75. Eu anotei 78-74 para o invicto.
Entre médios-ligeiros uma grata surpresa. O jovem de apenas 20 anos, Xander Zayas (16-0), de Porto Rico e dono dos cintos da NABF e NABO, venceu de forma categórica ao Ronald "El Diablo" Cruz (18-3-1). Forte e resistente, o Diabo careceu de movimentação e velocidade nas esquivas para tentar equilibrar. Não pode fazer isso e foi dominado. Houve uma queda no capítulo inicial e os três jurados e eu marcamos 80-71. Olho nesse Zayas!
Imagem: Toda Bahia