Otimismo, Esperança e Ilusão

20/09/2020

Por Jorge Luiz Tourinho

Apesar de tudo, o ser humano minimamente consciente deve se manter otimista. O que significa que precisa continuar a luta pelos seus objetivos e metas. De preferência sem esquecer-se daqueles que o ajudam e ajudaram a trilhar o difícil caminho dentro do boxe brasileiro.

Aproveito e adapto uma fala de um dos companheiros do grupo WhatsApp da ABP (Associação Brasileira de Pugilismo) na tentativa de provocar reflexões. Se o boxe brasileiro hoje respira por aparelhos, agradeçamos aos abnegados que continuam a trabalhar por ele mesmo debaixo de duras condições. A esses perseverantes trabalhadores pela nobre arte envio minha gratidão e respeito.

Falta de patrocínios, alto preço do material pugilístico, pouca atividade, quase nenhuma divulgação na mídia, restrições pela pandemia. São os principais obstáculos a transpor, na minha opinião.

Mesmo assim, não são poucos os treinadores que continuam a manter suas academias abertas. A grande maioria deles não o faz somente por dinheiro, ou seja, têm seus empregos ou ocupações profissionais e dão as aulas e treinos no tempo livre.

Exemplo a divulgar são os cursos de formação de treinadores que serão oferecidos pelo veterano treinador carioca Raff Alexandre Giglio no Vidigal, RJ e pela ABP em Minas Gerais. Esse último vem ao encontro do esforço de um grupo de mineiros para reativar a federação em seu Estado. Lá também acontecerá curso de formação de oficiais.

Em novembro, a ABP anunciou novo evento na capital fluminense, desta vez com dois combates entre profissionais. No dia 4 de outubro, a medalhista olímpica Adriana Araújo (6-0) disputará em Londres o título mundial das super leves CMB com a britânica Chantelle Cameron (12-0).

São quatro acontecimentos que me dão esperança em voltar a ver noitadas pugilísticas no território nacional frequentemente. Contudo, não se pode achar que mais uma possível campeã é o suficiente para colocar o boxe brasileiro no cenário mundial. Está claro que é fruto do trabalho de bastidores muito bem feito pelo promotor Sérgio Batarelli. Tomara que Adriana volte com o cinturão mas não nos iludamos. Há muito o que fazer pelo nosso boxe.

Correção: 12 de setembro, o meio pesado Anthony Yarde (20-1) vencedor por TKO6 a Dec Spelman (16-5). Esta semana fiquei sem as noitadas da ESPN porque a Oi TV me deixou sem sinal.


Efemérides: 20 de setembro

1957 - Ginásio do Pacaembú, São Paulo, SP

médios - Milton Rosa (14-0) TKO5 Dante Nolasco (55-23-17)

médios - Ramon Leal (0-2) TKO1 Paulo Vitor (6-2-3)

meio médios - Fernando Barreto (debute) TKO7 Laurindo dos Santos (1-8-4)

leves - Sebastião Nascimento (3-0) W6 Jaime Fontes (4-1-2)

Programas quase que semanais no Rio e em São Paulo. Vejam os nomes dos lutadores que atuaram.

Fernando Barreto fez sua estreia. Acabou com 67-9-1. Nasceu em Campos, RJ em 3 de julho de 1937 e foi uma das grandes esperanças na fase áurea de boxe brasileiro. Acabou a carreira sonado após uma duríssima derrota. Para saber-se sua história recomendo os excelentes artigos do excepcional jornalista Paulo Roberto Godinho: "Fernando Barreto, o Fenômeno que não Aconteceu". Foram publicados no Jornal dos Sports, Coluna Papos & Sopapos, a partir de 2 de julho de 2000 aos domingos.