Na guerra entre Christopher López e Brandon Gámez pontificou o General Cuellar

19/08/2023

Jorge Luiz Tourinho

19 de agosto de 2023

Outro evento bem movimentado e cheio de intensidade nos foi trazido pela ESPN. Foi na noite de 18 de agosto direto de Cancún, México. O combate final reuniu os super galos Christopher López (16-0-2) e Brandon Gámez (12-2-1). Protagonizaram uma verdadeira guerra que, talvez, só boxeadores mexicanos estejam dispostos a oferecer. Impressionante a incessante troca de golpes com vantagem ora de um ora de outro. Mais uma luta memorável que envolve pugilistas aztecas.

Depois de dez assaltos disputadíssimos – não valeu nenhum título – foi declarado um empate majoritário que acabou premiando os dois guerreiros. Ambos têm futuras possibilidades nessa divisão ou na imediatamente inferior. O que não quer dizer que não devem melhorar suas defesas.

As papeletas foram: 95-95 (2) – o que anotou meu ídolo Servílio de Oliveira – e 97-93 para López (que foi a minha marcação). Os nomes dos juízes e dos árbitros da noitada não foram divulgados pela emissora mexicana nem pela ESPN Brasil. Como os resultados não foram publicados no indispensável site BoxRec não poderemos informar. Será que no México também há monopólio para a inclusão de resultados no BoxRec?

Entre os semifinalistas apareceu de forma impressionante o super mosca David "General" Cuellar (25-0) de apenas 21 anos! Dominou e detonou com bomba nas costelas acima do fígado o bom adversário Marlon Ríos Sariñana (12-6-1).

Bem que o perdedor tentou responder às cargas aplicadas pelo excelente Cuellar, mas não conseguir parar com o cerco e o assédio constantes a ele impostos. Teve que abandonar e não voltou para o terceiro round.

Anotem esse nome: General Cuellar. O promotor Pepe Gómez já encontra certa dificuldade para encontrar oponente para ele. Acho que vai longe. Lembrou-me a forma de combater do atual comentarista ESPN Servílio de Oliveira!

Nas preliminares, outras duas promessas e uma surpresa entre as damas.

Lutando como moscas, Yosenia Gómez (19-6-1) empatou com a agressiva Arlenn Sánchez (4-5-4). A favorita foi surpreendida pela intensidade imposta e não soube sair do corpo a corpo. Acabou favorecida, na opinião de Servílio e minha, pelos escores de 78-74 para Arlenn (o que marcou Servílio), 76-76 e 77-75 para Yosenia. Anotei 77-75 para Sánchez.

Entre super penas, Alberto Mora (7-0) impôs sua melhor linha com domínio e queda que o mediador resolveu considerar nocaute técnico. Estávamos no segundo tempo e um gancho de esquerda levou Matías Camaño (2-2-1) à lona. A resposta aos oito segundos foi considerada frouxa ou sei lá o quê. Resultado: TKO2, mas a festa acabaria logo. Muito bom esse Mora!

Nos pesos leves outra revelação. Desta vez de Cuba via Estados Unidos. Lázaro Álvarez (6-0) nocauteou logo de cara o mexicano Edgar Espinoza (7-5). Disseram na transmissão brasileira que o vencedor jogou em três Olimpíadas. Sobrou e triunfou com a primeira bomba conectada. Pareceu-me arrogante ao gesticular com certo desprezo para o derrubado rival. Enfim, cada qual com seus conceitos.

O programa teve três promotoras reunidas para fazer um excelente espetáculo. Talvez possa ser uma ideia para se colocar em prática no Brasil.