Lembrando Brian Viloria
Por Jorge Luiz Tourinho
19 de maio de 2021
Uma carreira no amadorismo com títulos que o levaram a disputar uma Olimpíada, quatro vezes campeão mundial em duas divisões de peso como profissional. Esse é Brian Viloria (38-6).
Nascido no Havaí, mudou-se para as Filipinas para viver com seus avós ainda bebê. Retornou para o famoso arquipélago com cinco anos. Começou cedo a praticar o boxe. Com um cartel de 236 triunfos e 9 derrotas que inclui vitórias sobre Nonito Donaire e Ivan Calderón, recebeu o apelido de "The Hawaiian Punch". Conquistou o título mundial mosca ligeiro amador em 1999. Considerado favorito para medalha olímpica em 2000 caiu logo na segunda volta. Foi a deixa para tornar-se profissional.
Depois de vencer dezessete dos primeiros dezoito combates - um acabou sem decisão - foi lançado na disputa do cinto das 108 libras do CMB em 2005. Detonou Eric Ortiz. Curiosamente, quase abandonou os ringues por causa de uma tragédia. Seu oponente anterior, Ruben Contreras, acabou em coma num hospital por várias semanas. Uma hemorragia cerebral provocada pelos golpes provocou reação de intensa preocupação e Viloria só voltou a lutar depois da volta do mexicano para casa.
Manteve o cinturão diante de José Aguirre e o acabou perdendo para Omar Nino Romero em 2006. Na revanche, três meses depois, houve um empate transformado em sem decisão por resultado positivo para metanfetamina no exame de Romero.
Derrotado por pontos em 2007 por Edgar Sosa pelo mesmo cetro que havia perdido para Romero, após trocar de ginásio e treinador. Freddie Roach estaria bastante atarefado com as preparações de Manny Pacquiao. Acabou em Oxnard sob a orientação do também consagrado técnico Robert Garcia. Foram nove anos no Wild Card Gym de Roach.
Em abril de 2009 conseguiu talvez sua mais importante vitória. Foi sobre o mexicano Ulises Solis o nocaute que lhe levou de novo ao reinado dos minimoscas. Agora da FIB. Solis havia defendido esse cinturão por oito vezes. Caiu no décimo primeiro assalto de uma luta vibrante.
Depois de vencer Jesús Uribe tombou já em 2010 para Carlos Tamara. Faltavam cerca de 75 segundos para acabar e Viloria vencia em duas das três papeletas. A derrota o fez se separar de Robert Garcia.
Dois triunfos o levaram à luta com Julio Cesar Miranda, rei dos moscas da OMB. Unâmine decisão o levou ao terceiro título mundial. Defesas contra Giovani Segura, Omar Nino Romero e Hernán Márquez (AMB) levaram a Revista Ring publicar que era o primeiro campeão mosca a unificar o cinto mosca desde 1965.
Atribuiram a essas contendas o interesse das redes de TV norte-americanas em transmitir os combates de boxeadores mais leves. Elas sucederam a derrota para Juan Estrada em 2013. Tentou, sem êxito, reconquistar a faixa dos moscas em 2015 contra Román González e em 2018 contra Artem Dalakian, seu último combate.
Hoje dirige a academia Brickhouse Boxing em North Hollywood onde trabalha o meio pesado Gilberto Ramirez.