Katie Taylor Manteve Seus Títulos

04/05/2021

Por Jorge Luiz Tourinho

3 de maio de 2021

Na luta mais importante do excelente programa da MatchRoom Boxing Katie Taylor manteve seus cinturões das leves - CMB, AMB, FIB e OMB. A jornada nos chegou via DAZN no sábado 1 de maio. Curiosamente, a peleja de Taylor (18-0) contra Natasha Jonas (9-2-1) não foi a chamada luta final. Preferiu Eddie Hearn, o desagradável e influente promotor, que os pesados Chisora e Parker a fizessem.

A inglesa Jonas foi uma oponente dura na queda. Com maior poder de pegada, exigiu da multicampeã muito cuidado principalmente na troca de golpes na curta distância. A irlandesa supriu sua menor capacidade de nocaute com número muito maior de golpes acertados. Feliz ou infelizmente, vi outro combate do que foi visto e pontuado pelos juízes. Para mim, não basta acertar um bom soco. A boxeadora tem que evitar as cargas da oponente. Natasha bateu mais forte mas recebeu muito mais golpes. Além do mais, Katie se assenhorou do quadrilátero por todo o tempo. Sua principal virtude foi a combinação de três ou quatro golpes retos saindo no final para um dos lados. Isso lhe permitiu ângulo para voltar a bater após o revide da valente britânica.

Como não houve quedas, foram assaltos 10 a 9. Não consegui entender como dois jurados marcaram um round empatado. Não foram formados na minha turma. Assim pontuaram: 96-94 e 96-95 (2). De casa vi o cotejo 99-91 para Taylor. Se a vencedora tivesse um pouco mais de pimenta nos punhos, arriscaria escrever que continuaria reinando por bom tempo. Talvez se retire dos ringues invicta.

Outras lutas que pude assistir.

Título meio pesado AMB Super - Dimitri Bivol (18-0) W12 Craig Richards (16-2-1).

Decisão unânime. Domínio total embora sem perigo de acabar antes da hora. Bivol é um excelente lutador. Com certeza, pode-se pensar numa super luta com Artur Beterbiev. Unificação AMB-CMB. O inglês Richards mostrou boxe e coragem. Exigiu que o campeão trabalhasse mas nunca esteve perto de realizar o sonho de sair campeão.

Médios - Chris Eubank Jr (30-2) W10 Marcus Morrison (23-4).

Outro cotejo que teve uma decisão clara e unânime. Morrison é fortíssimo e, contra alguém menos técnico, poderá triunfar. Não creio que diante dos melhores pesos médios da atualidade possa ser cotado como favorito. Outra virtude: aguenta muita pancada. Eubank Jr é filho do grande ex-campeão dos super médios da OMB que venceu Maurício Amaral. Após o combate deitou falação. Creio que para receber proposta para luta milionária contra quem queira encará-lo.

Título OMB Intercontinental pesado - Joseph Parker (29-2) W12 Derek Chisora (32-11).

O vencedor sobreviveu a um knockdown no primeiro capítulo com diversos clinches. Sofreu castigo no segundo e depois foi equilibrando a disputa. Contou com a exaustão de Chisora nos dois últimos tempos. De qualquer forma, o título em jogo nada mais é do que uma forma da OMB arrecadar mais uma taxa de cinturão. O que ele vale? Talvez um lugar entre os 15 desafiantes da entidade sediada em Porto Rico. A decisão foi dividida. 113-115, 116-111 e 115-113. Marquei 114-113 para Parker.

Leves - Campbell Hatton (2-0) W4 Levi Dunn (0-5).

O vencedor vem de família de boxedores. Seu pai foi campeão mundial dos super leves. Três gerações que tem um ginásio famoso em Manchester, cidade que sediou o evento. O perdedor cumpriu muito bem seu papel de saco de pancadas vivo. Talvez ter acabado de pé tenha sido, para ele, uma vitória e para Hatton motivo para pensar. O árbitro-juiz marcou 40-36 e coincidiu comigo.  

Foto: Twitter