Jaron Ennis nocauteou e espera pelo vencedor de Crawford e Spence Jr
Jorge Luiz Tourinho
9 de julho de 2023
Já era considerado como grande nome da divisão dos meio-médios. A forma como construiu a convincente vitória transformou Jaron Ennis (31-0), além de monstro, no virtual adversário do vencedor entre os extraordinários Terence Crawford (39-0) e Errol Spence Jr (28-0). Claro, se houver, no final da luta do dia 29 de julho, um campeão unificado das quatro grandes entidades do Boxe. Se não, Ennis deverá ser desafiante "apenas" dos títulos WBA, WBC e IBF já que é o interino da IBF.
Alguns jornalistas americanos consideraram o venezuelano Roiman Villa (26-2) como mais um motorista de táxi a ser detonado pelo invicto Ennis. Um exagero, mas parecia óbvio que Jaron era o franco favorito do combate de sábado 8 de julho em Atlantic City, EUA. A questão é que Villa era o segundo do ranking da IBF e aceitou a missão. Pela qual recebeu uma bela bolsa.
Dos seis assaltos que pontuei – faltou luz – Ennis só perdeu um! Seus golpes foram mais contundentes do que os de Villa. Com consciência, foi impondo sua maior técnica mostrando que está no patamar superior dos pesos welter. A construção do nocaute foi sendo realizada apesar da bravura e resistência do sul-americano. Acabou vindo no décimo tempo. Uma sequência terminada com gancho de esquerda derrubou o já desgastado desafiante. David Field entendeu que bastava. Todos concordaram com o árbitro.
Realmente, não há o que pensar: Ennis tem que ser colocado diante do campeão mundial, unificado ou não. Escrevo mais. Faz com que o possível futuro confronto tenha a proporção de 50:50. Com qualquer um dos dois! Será outro cotejo na casa de 20 milhões de dólares para cada boxeador, pelo menos.
Para Roiman não foi o fim do mundo. A aquisição de cinturão ou cinturões continentais pode mantê-lo na parte de cima das classificações mundiais. Ele tem boxe para estar lá e as faixas regionais levam para essas posições. Além do mais, não se pode descartar a possibilidade dele evoluir.
Preliminares exibidas pela ESPN4.
Título Continental das Américas WBC dos leves.
Edwin De Los Santos (16-1) W10 Joseph Adorno (17-3-2).
Se é que foi válida pelo inexpressivo cinto, serviu para mostrar o atual número 8 da WBA e 9 do WBC em ação. Não empolgou quase ninguém com sua pouca volúpia para abreviar a duração da luta. Por outro lado, Adorno me pareceu interessado apenas em terminar de pé. Pouquíssima iniciativa teve para reverter um quadro que apontava para a sua derrota.
Acho que o extraordinário comentarista Eduardo Ohata decifrou a charada. De Los Santos estava escaldado por ter sido derrubado no combate anterior. Enfim, dois guerreiros com dinamite nos punhos que preferiram economizá-lo…
Decisão unânime. Ron McNair 99-91 e Robin Taylor e Paul Wallace 100-90 que foi o Ohata e eu anotamos.
Médios – Marquis Taylor (15-1-2) W10 Yoelvis Gómez (6-1)
O perdedor é cubano e entrou cheio de marra e pompa. Deve ter decepcionado a Premier Boxing Champions e a GTB Promotions. Taylor é um operário dos ringues e pôs sua experiência e categoria para dominar a disputa.
Aplicou uma queda no segundo capítulo e soube se defender e conectar importantes golpes que foram lhe dando as vantagens parciais. No final, pareceu que Gómez não tem noção do que podem estar marcando os juízes. Nem sempre triunfam os lutadores da casa…
As papeletas foram: Ron McNair e Paul Wallace 96-93 – foi o que anotei – e Robin Taylor 99-90.
Imagem: DAZN