Hekkie Budler em Mexicali e o Nocaute na Violência

01/07/2022

Jorge Luiz Tourinho

30 de junho de 2022

O sul-africano Hekkie Budler (34-4) fez uma grande luta contra um grande oponente no dia 25 de junho (sábado passado) em Mexicali, México. Atuou com inteligência e, com movimentação e conhecimento das regras, foi abrindo vantagem sobre o boxeador da casa, Elwin Soto (19-3). Valeu a eliminatória do título mini-mosca do Conselho Mundial de Boxe (CMB).

Dois ex-campeões mundiais em mais uma disputa que serviu para o CMB arrecadar outra taxa de titulo. Budler, #1 do CMB, já possuiu as faixas dos palhas e dos mini-moscas. Soto, #3 CMB, também já ostentou o cinturão dos mini-moscas. A decisão unânime em favor do visitante calou a boca daqueles que vêm insultando os juízes do mesmo CMB. Espero que esse preconceito diminua, pelo menos.

Os três juízes anotaram 114-113. O knockdown no último assalto acabou sendo o fator determinante para a derrota do mexicano. O extraordinário comentarista Eduardo Ohata e eu marcamos 115-112 para Budler. Pode não ter pegada, mas tem muita técnica e experiência. Agora, que espere sentado por nova chance.

Preliminares interessantes com bons valores nos foram exibidas pela ESPN. Na primeira delas, entre leves, Abimael Cruz (8-1) acabou parando o ímpeto do então invicto Abel Rivas (5-1) vencendo-o em oito rounds. O bom locutor Hugo Botelho não me deixou ouvir a pontuação. Eduardo Ohata viu 78-74 e eu 77-75. Triunfo suado e emotivo. Cruz teve um corte no supercílio desde o capítulo inicial. Bom trabalho de seu cutmen.

Entre super galos um confronto anunciado como sendo pelo cinturão FECARBOX, mas a distância de oito tempos o desmentiu. José Israel "Azulito" Ramírez (17-1) venceu com sobras a Jorge Luís "Pastelero" Martínez (13-2). Desde o começo Ramírez mostrou mais força e dinamite nas mãos. Construiu a vitória com certa facilidade, mas deixou a impressão que poderia ousar mais e buscar o nocaute. Os três juízes, Eduardo Ohata e eu marcamos 80-72.

Entre penas, uma gratíssima surpresa! Rafael Espinoza (20-0) detonou no primeiro capítulo a Gerardo Valenzuela (11-2) com um gancho de esquerda devastador. Além disso exibiu excelente linha e, posso afirmar, vai longe. Bem que o comentarista Ohata aconselhou a não ir na cozinha pegar uma cerveja, que se esperasse o intervalo que acabou não acontecendo.

No mesmo sábado, tivemos em Belém do Pará, o Nocaute na Violência #35. Agradeço ao consagrado comentarista dos canais Combate e Sportv, Daniel Fucs, pela informação que me levou à transmissão no YouTube. Muitas lutas entre amadores até que chegamos às contendas entre profissionais. Desgraçadamente, perdi o sinal no começo da segunda luta.

A primeira, entre super médios, trouxe um final abreviado pela decisão precipitada da médica que viu na hemorragia nasal razão para interromper as escaramuças. Se ela estivesse em Mexicali, será que Cruz venceria Rivas?

Assalto inicial morno com leve vantagem para Diego Silva (0-1). O nariz sangrando acabou o levando a perder por nocaute técnico no segundo. Fabrício Malcher (1-0) não teve nada com isso e estava impondo pressão quando foi parada a disputa.

Os resultados a seguir foram conseguidos no já indispensável Blog do Daniel Fucs.

Entre médios-ligeiros, Emanuel Ferreira (1-0) TKO2 Keven Silva (0-1).

Entre pesados, William Coutinho (1-0) KO1 Luiz Carlos Poerari (0-1).


Foto: RingTv