Courtenay: “Quando descobri o boxe foi como encontrar meu propósito de vida”
por Yesica Palmetta (WBA Press)
abril 25, 2021
Uma das lutas com maior possibilidade de ocupar um espaço entre as melhores do ano foi a explosiva Shannon Courtenay vs Ebanie Bridges, do passado 10 de abril onde ambas tiveram uma grande batalha. O interesse do público se despertou desde os momentos prévios tanto na conferência de impressa quanto na cerimônia de pesagem.
Em uma acirrada decisão, a "Assassina com cara de Bebê" Courtenay se consagrou como a nova campeão mundial nas 118 libras da Associação Mundial de Boxe. Não era muito o que se conhecia sobre ambas pugilistas, por isso a equide de impressa da AMB conversou com ela para conhecê-la um pouco mais e saber as sensações por detrás da tremenda batalha desatada entre as cordas no Cooper Box Arena do Parque Olímpico Rainha Elizabeth da cidade de Londres, Reino Unido.
Após a polêmica pesagem com a qual ambas não estavam de acordo, o que você sentiu diante de Bridges após o confronto intenso que desenvolveram?
Não tinha sentimentos ou emoções por ela, me foquei somente na luta. Não me importava o ato de circo que rodeava, meu único foco era ganhar o título mundial da AMB.
Esperava que e a luta se sucedesse dessa maneira?
Ela era mais dura do que pensava, mas disse o tempo todo à minha equipe que chegaria até o final porque sabia que era muito resistente, sabia que minhas habilidades de boxe me fariam ganhar a luta e o fiz.
Em uma entrevista, lemos que você está imersa no boxe para perder peso e parar de fumar. O que o levou a fumar tabaco e a se afastar dos esportes?
Terminei andando com pessoas equivocadas e comecei a me comportar mal e não fazer nada bom. Agradeço a Deus todos os dias que encontrei o boxe e mudei minha vida.
Você jogou futebol por um tempo e começou a dançar também. Por que crê que prosperou no boxe e não em outros esportes?
Joguei futebol a um nível muito alto, mas perdi interesse quando comecei a fumar e beber. Quando descobri o boxe foi como encontrar meu propósito de vida. Sinte que me esforço mais em um esporte individual do que em um esporte de equipe. A pressão recai sobre mim, assim que tenho que desistir, não dependo de meus companheiros.
O que encontrou no boxe que não te aconteceu antes?
Disciplina! O boxe é uma forma de vida, não é só um esporte e me encanta o lado rigoroso do treinamento que me mantém fora de problemas e de bom humor.
Com o que tem a ver tua mudança de vida e hábitos?
Deixei de fumar, beber, comer mal, de ver velhos amigos que sabia que era uma má companhia para mim. Simplesmente mudei tudo ao meu redor, o que me levou a boas decisões e hábitos saudáveis.
Queria ir aos Jogos Olímpicos mas decidiu deixar esse plano de lado. Hoje, passado o tempo, está contente com a sua decisão?
Sim, muito feliz. Sabia que meu estilo se adaptava mais às categorias profissionais que às amadoras e sabia que era pouco provável que fosse aos Jogos Olímpicos, então apostei ao profissionalismo e a decisão deu seus frutos porque agora sou campeã mundial.
Quais são teus planos para o futuro? Quais são teus maiores sonhos?
Meu maior sonho é ser indiscutível, quero todos os cinturões!
Como vê o boxe feminino hoje?
O boxe feminino está crescendo rapidamente. É incrível vê-lo e ser parte dele! Gostaria que o boxe feminino chegasse aos rounds de 3 minutos e creio que isso beneficiaria muito ao meu estilo de luta.
Que outras atividades pratica?
Além do boxe, gosto da música, da cozinha de moda e passae tempo com minha família e amigos.
O que significa ser campeão da AMB para você?
A AMB é uma associação fantástica e adoro tanto o que fazem pelo boxe feminino que me orgulha estar associada com ela! Já o presidente Gilberto Mendoza me deu uma calorosa recepção à família da AMB e me enviou uma linda carta de felicitação. Tenho a intenção de ser uma grande campeã do mundo por muito tempo e pôr em alto à entidade. Ser campeã mundial da AMB é um sonho feito em realidade, é um título mundial honorável e prestigioso que me sinto realmente abençoada e orgulhosa de ter meu nome nos livros da história do organismo.
Foto: Matchroom Boxing