Coliseu Boxing Club

01/03/2021

Por Jorge Luiz Tourinho

Foi a décima quinta edição do evento promovido, pelo que entendi, pelo Sr. Edinei "Pernilongo", com o apoio do Sr. Willian Paiva, o dono da Academia Coliseu em Guarulhos, SP. Diante da falta de empresas que façam boxe profissional, é a iniciativa que não canso de elogiar e enaltecer. A transmissão foi feita pela própria equipe do Coliseu Boxe via canal do YouTube. Outra solução inteligente e necessária pelo descaso das emissoras de TV em veicular o pugilismo nacional.

A programação pode não estar no nível dos eventos americanos veiculados pela DAZN e pela ESPN Brasil mas, com certeza, abre espaço para crescer em quantidade e qualidade. Espero que os encarregados procurem se esmerar para que isso ocorra. O que poderia ser feito de imediato é informar à imprensa com alguma antecedência.

O ponto alto, em minha opinião, foi a volta de Isaac Rodrigues agora como cruzador. Vinha de uma longa inatividade - último combate em 18 de agosto de 2018 - e sua reaparição cercada de dúvidas. Contudo, uma análise prévia dos cartéis me fez ver que o paraense treinado pelo Sr. Ulysses Pereira seria o franco favorito. Não deu outra. Mesmo um pouco acima do peso, sua movimentação e postura deixaram claro que o adversário Jonathan Santos de Souza teria que se transformar na zebra do ano. Só um pombo sem asas tiraria o triunfo de Rodrigues. Primeiro assalto de estudos. A melhor linha pugilística do nortista era evidente. No segundo capítulo apertou e produziu duas quedas que levaram ao nocaute. Isaac foi para 26-3 e Jonathan para 3-8.

O que seria a luta final acabou sendo a semifinal! Vá entender. Outro resultado esperado, inclusive na forma. Dois títulos dos pesados que não valem muita coisa: o American West da Federação Americana de Boxe e o Latino da Organização Universal de Boxe. Se reproduziu o resultado do encontro entre os mesmos contendores em terras argentinas. Gonzalo "Patón" Basile (76-14) nocauteou no primeiro tempo o brasileiro Gilberto Matheus Domingos (22-13). Primeira esquerda já jogou na lona e uma segunda queda abreviou a festa. O veterano argentino já deveria ter pendurado as luvas. Contudo...

Preliminares.

Leves - Kelson "Jacaré" Nascimento (2-0) TKO1 Diogo Estevão (0-1) - equilibrado apenas no papel, o combate teve curta duração. Duas quedas obrigaram o árbitro Reginaldo Peixoto a parar com as escaramuças. Teremos que esperar o Jacaré atacar de novo para vermos suas possibilidades.

Meio médios - Edson Foro (1-0) TKO1 Marcelo Prado (0-1) - dois debutantes e o resultado foi o mais rápido do ano. Menos de meio minuto. Nada poderei escrever porque perdi o sinal e só vi o braço levantado.

Super galos - Luana Barbosa (1-1) W4 Bárbara dos Santos Gonçalves (0-1) - outro cotejo equilibrado no papel que acabou desnivelado pela melhor condição física e técnica da vencedora. Luana leva jeito e merece ser acompanhada. Bárbara ainda está muito verde. O boxe exige um grande preparo físico.

Meio médios - Matheus Batista Dias (3-0) KO1 Bismarck Santos (0-2) - outro combate aceitável na teoria. Dias encurtou, bateu e venceu. Também é cedo para maiores considerações mas gostaria de vê-lo de novo em ação.

Super galos - Lila dos Santos Furtado (4-0) W6 Bruna Emanuele Brasil (0-1) - uma das duas lutas equilibradas da noitada. Bruna só teve combustível para três roundes e aí a coisa virou um monólogo. Porém, enquanto teve fôlego ganhou dois assaltos. Foi dito durante a transmissão que ela veio do MMA. O fato é que, por falta de preparação física, deixou de estrear com vitória. Existe uma forma muito simples de saber se a boxeadora tem gás para o tempo todo. Faça-a bater no saco de pancadas, no mínimo, 60 golpes em dois minutos. Repita pelo número de capítulos que serão jogados. Se ela não conseguir, não está em condições. O locutor e o comentarista do Coliseu, Srs. Jonathan Soares e Luciano Falcão, previram que Furtado irá disputar título mundial. Calma. Não é porque ela é atleta da Academia Coliseu que já é um fenômeno. Tem muito caminho para percorrer. Os juízes viram: 57-56 e duas vezes 58-55 que foi o que marquei.

Super médios - José Conceição Nascimento (4-4) W6 Adonísio Francisco Reges (19-13) - quem olhou os récordes daria amplo favoritismo ao veterano Adonísio. Contudo, sua gasolina escasseou e os juízes se deixaram levar pela maior atividade de Nascimento que me pareceu sem eficiência. Cotejo equilibrado com as seguintes papeletas: 59-54, 57-57 e 58-56. Assisti outra luta: 58-56 para Reges.


Foto: https://www.facebook.com/atletascoliseuu/