Claressa Shields confirma favoritismo e mantém títulos

05/06/2023

Jorge Luiz Tourinho

4 de junho de 2023

A velocidade no atirar os golpes e se mover foram os principais fatores para transformar o triunfo em fácil. Além disso, a bela linha de Claressa Shields (14-0) já a faria manter seus cintos WBA, WBC, IBF e WBO da divisão das médios. A esses somou também o da WBF - World Boxing Federation, a quinta mais antiga. O evento promovido pela Salita Promotions e transmitido pela DAZN e pela ESPN, apesar de badalado, deixou a desejar.

Uma campeã indiscutível que ostenta os cinturões das quatro principais organizações do Boxe mereceria uma adversária que lhe oferecesse mais dificuldades. Maricela Cornejo (16-6) substituiu Hanna Gabriels (21-2-1) afastada da disputa por ter dado positivo no antidoping. Parafraseando o saudoso Newton Campos, a noitada de Detroit, EUA, de 3 de junho, foi marcada por um monólogo de punhos na luta final.

Repito o que já escrevi. Uma lutadora que se apresenta como desafiante a qualquer faixa deve, no mínimo, tentar sair do ringue como a rainha da divisão em jogo. Cornejo exibiu força e valentia para resistir as cargas da campeã, mas em nenhum momento mostrou que tinha o caminho da vitória. Pareceu-me que se conformou em receber a bolsa – deve ter sido boa – e perder de pé. Nada mais. Mesmo quando já estava perdida, não foi para a trocação franca.

Shields sobrou. Provavelmente, fará mais defesas exitosas de seus cintos antes de se aposentar e ser indicada para o Hall da Fama. Tem apenas 28 anos! Não há, no momento, oponentes de seu nível. Se tivesse poder de nocaute, a luta de ontem não chegaria às papeletas. Bater no corpo talvez seja uma boa alternativa para Claressa.

A decisão foi unânime, sem surpresa. O grande Servílio de Oliveira e eu marcamos 100-90. Foi o que pontuaram os juízes Walesca Roldan e Robin Taylor. John Basile deu 100-89. Cornejo não venceu nenhum assalto. Nem perto disso esteve.

As preliminares exibidas pela ESPN foram somente regulares.

Médios – Joseph Hicks (7-0) W10 Antonio Todd (14-8)

Combate aborrecido. Domínio total do vencedor ao qual faltou mais lucidez para abreviar o cotejo. Todd limitou-se a fugir para ouvir a decisão dos jurados. Se foi só isso o planejado, conseguiu.

O comentarista Servílio de Oliveira sentenciou com sabedoria que ambos não atingirão alturas muito altas. Os três juízes, Servílio e eu anotamos 80-72.

Médios-ligeiros – Ardreal Holmes Jr (14-0) WTD8 Wendy Toussaint (14-2)

Outro confronto que pouquíssima emoção ofereceu. Holmes ganhou alguns rounds e ficou passivo em outros. Será que sentiu contusão na mão direita? O fato é que Toussaint cresceu e, mesmo com uma falta marota contra si, vinha produzindo o 10-9.

Uma cabeçada não intencional levou o árbitro Gerard White a decretar a paralisação e a soma das papeletas. Wendy protestou porque tinha como favas contadas a decisão a seu favor se chegasse aos dez tempos. Os escores foram 77-74, 74-77 e 76-75 (o que marcamos o comentarista DAZN Chris Mannix e eu).  

Imagem: Sky Sports