Cinco de Fevereiro Partes 1 a 3

07/02/2022

Jorge Luiz Tourinho

6 de janeiro de 2022

O sábado 5 de fevereiro foi explosivo com muito Boxe de verdade. Para não tornar o artigo muito longo vou dividi-lo em cinco partes.

Parte 1

Esporte Clube Radar - Rio de Janeiro, RJ

O Panorama do Boxe Brasileiro não foi chamado nem convidado para cobrir o programa que foi classificado como Evento Fechado. Inicialmente, ele seria realizado numa mansão no bairro Joatinga. Contudo, a não liberação da rica residência pelo Corpo de Bombeiros a uma semana da data prevista fez com que fosse transferido para o Clube Radar, em Copacabana, outro bairro da Zona Sul da capital fluminense.

Os resultados das duas lutas entre profissionais seguem abaixo. A supervisão da noitada foi da Associação Brasileira de Pugilismo (ABP). O promotor foi o treinador Raff Alexandre Giglio.

Super galos - Patrick Lourenço (1-0) KO2 Dyllan Alves (0-1).

Meio-pesados - Michel Borges (1-0) KO2 Márcio Lopes (0-1 - talvez tenha mais lutas).

Parte 2

Cardiff, Gales, Reino Unido

Motorpoint Arena

Aparentemente bem cuidado pelo matchmaker, foi uma decepção pelos nomes de destacados boxeadores envolvidos nas pelejas. Há ocasiões em que tudo vai dando errado embora se tenha gastado uma bela grana. E nada se pode fazer a não ser lamentar depois dos combates.

Vamos aos quatro cotejos exibidos pelos canais Disney.

Médios - Chris Eubank Jr. (32-2) W12 Liam Williams (23-4-1).

Dois pesos médios da primeira prateleira do Boxe mundial. Acabaram fazendo um combate esquisito no qual preferiram deixar transparecer uma rivalidade entre ambos. O filho do ex-campeão super médio Chris Eubank, presente ao evento, disse que acabaria com a carreira de Williams. Talvez isso o tenha feito buscar a luta desde o início. O fez de forma atabalhoada e facilitou as cargas em contragolpe. Resultado: esteve na lona quatro vezes. Nos rounds número 1, 2, 4 e 11.

Estranhamente, Eubank não partiu para acabar com o confronto nas ocasiões em que o galês esteve em notórias dificuldades. Preferiu fazer os pontos e ganhar os assaltos certo de que não poderia ser derrubado.

Rivalidade pode alavancar a atenção da mídia, mas o vencedor exagerou e seus atos desrespeitosos, infelizmente, foram tolerados pelo árbitro. Sua falta de volúpia para abreviar a luta e deixar a iniciativa para Liam o levaram a perder alguns tempos num combate em que foi amplamente superior.

A decisão unânime se deu com as papeletas: Phil Edwards 118-108 (foi o que marquei), Victor Loughin 116-109 e Terry O'Connor 117-109. Pelo que exibiram deverão entrar como zebras se forem colocados contra qualquer um dos campeões mundiais dos médios.

Meio-médios - Chris Jenkins (23-4-3) W8 Julius Indongo (23-5).

Foi a única peleja equilibrada na prática. Embora ambos tivessem recebido muitos golpes, buscaram a vitória com tudo o que dispunham. Entregaram todo o combustível numa disputa que agradaria aqueles que gostam da trocação franca. Jenkins estava melhor preparado fisicamente e fez valer sua melhor condição. O veterano Indongo perdeu a quarta seguida, mas, se bem condicionado, poderá oferecer bons combates.

Só assistimos a partir do meio do quarto capítulo. Nos quatro episódios exibidos inteiros, vi empate. O árbitro-juiz (figura que existe nos países da Comunidade Britânica) marcou 78-75.

Leves - Caroline Dubois (1-0) W6 Vaida Masiokaite (2-15-4).

A vencedora teve boa carreira no amadorismo e é irmã do pesado Daniel Dynamite Dubois. Foi colocada diante de uma perdedora apenas brava e não conseguiu vencer pela via do nocaute. Bateu, bateu, bateu e não derrubou. Ou seja, não carrega o poder de punch que exibe seu irmão famoso.

De qualquer jeito, mostrou excelente linha e técnica. Claro que terá que enfrentar oponentes de melhor nível antes de tentar voos mais altos. A perdedora nem deve aceitar lutas com mais de quatro assaltos.

O árbitro-juiz e eu marcamos 60-54.

Títulos WBA, WBC, IBF e WBF das médios.

Claressa Shields (12-0) W10 Ema Kozin (21-1-1).

Domínio total da americana. Compensa sua pouca quantidade de pimenta nos punhos com técnica e movimentação extraordinárias. Realmente impressionou e acho difícil que ela encontre adversária que possa ser chamada de favorita. Pena que me disseram que quer entrar no MMA...

Kozin limitou-se a terminar de pé e receber sua bolsa. Nada tentou para reverter o quadro. Ora, se na longa distância estava sendo bombardeada, deveria buscar encurtar e jogar no corpo a corpo. Não deu para entender seu treinador. Enfim...

Os três juízes deram 100-90. Foi o que anotei.

Parte 3

La Rioja, Argentina

Estadio Superdomo La Rioja

Título latino CMB 

super leve - José Angel Gabriel Rosa (12-0) TKO8 Paulo César Galdino (11-5).

Super médios - Pablo Ezequiel Corzo (9-0) KO1 Claudiomar Pedra dos Santos (8-8-2).

Os dois perdedores são brasileiros.