Chocolatito González é um dos grandes super moscas

Jorge Luiz Tourinho
9 de março de 2022
O novo e esperado triunfo do grande super mosca Román "Chocolatito" González (51-3) no dia 5 de março em San Diego, EUA, foi brilhantemente definido no título de sua coluna no GE: "Chocolatito sendo Chocolatito". Nesta, o consagrado árbitro e juiz internacional, ex-dirigente e atual comentarista dos canais Sportv, Daniel Bergher Fucs, comentou, talvez de forma definitiva, a vitória ampla sobre o campeão dos moscas do Conselho Mundial de Boxe (CMB), Julio Cesar Martínez (18-2).
Chocolate deu uma verdadeira aula de Boxe para quem pode assistir o cotejo. Consideremos, também, que Martínez não foi o entregador de pizza que foi sacado para substituir o campeão Juan "Gallo" Estrada pego pela Covid. Foi o boxeador de nome que poderia manter o programa da DAZN, então associada à FOX ou qualquer outra que permitiu aos canais Disney trazê-la para o Brasil.
O nicaraguense, futuro indicado ao Hall da Fama (concordo nisso com o extraordinário comentarista ESPN Eduardo Ohata), ouviu a decisão dos juízes porque não tem pegada. No mais, exibiu técnica do craque que é. Caminhar cercando, guarda ativa aparando grande número das bombas atiradas, cotovelos protegendo fígado e baço, iniciativa e quantidade de socos conectados, noção de distância e calma para continuar castigando. Será que esqueci ou não vi outra virtude?
Por outro lado, Martínez não foi nem sombra do Gallo Estrada. Seu compatriota mostrou uma das estratégias para equilibrar e vencer González. Que foi copiada do tailandês Wisaksil Wangek (50-5-1) o outro vencedor dele. Seria pressionar e partir para a troca na curta distância esbordoando sem parar. Talvez Julio Cesar não tivesse as condições físicas para isso. Adotou uma postura esquisita de parar para receber golpes na esperança de encontrar espaço para o contragolpe.
O saudoso Newton Campos diria que foi um monólogo de punhos. Sou obrigado a concordar com Danny Fucs. Só com muito boa vontade foram marcados 10-9 para o perdedor. Não houve queda. A decisão foi unânime como não poderia deixar de ser. As inconvenientes dúvidas manifestadas pelo locutor Matheus Pereira quanto a honestidade dos juízes do CMB não se justificam. Inclusive, mostram falta de conhecimento da modalidade. As papeletas foram: 118-110 (o que marcou Ohata), 117-111 e 116-112. Anotei 119-109. Estava em jogo um cinturão diamante ou coisa parecida.
Eddie Hearn dono da Matchroom Boxing quer um terceiro combate entre Chocolatito e Estrada. Contudo, as bolsas da luta com Martínez que foram divulgadas surpreenderam por não terem atingido os sete dígitos. Nem para González. Vejamos o que Mr. Hearn coloca na mesa para atrair o campeão Estrada.
Numa das preliminares, outra aula. Desta vez proferida pelo médio-ligeiro Souleymane Cissokho (15-0). Deu um show ao tourear o agressivo mexicano Roberto Valenzuela Jr. (19-3) para ficar com a faixa Intercontinental da Associação Mundial de Boxe (AMB).
O combate foi a perseguição de Valenzuela sem saber cercar o francês. Este ficou na distância confortável e foi atirando golpes e vencendo os assaltos. No quarto ambos caíram. Cissokho atingido no fígado. Valenzuela com cruzado na cabeça. Ambos merecem novas oportunidades porque se entregaram e levantaram a galera presente no local.
Outra decisão unânime que deixa claro que, nessa divisão e todas as mais pesadas, a dinamite nos punhos é fundamental. Cissokho quase perdeu uma peleja que se apresentava toda para ele. Os escores foram: 99-91 (2) e 100-90. Ohata pontuou 97-92 e eu 98-92.
Foto: The Fight City